Thursday, 18 December 2008

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16:33 | Quinta-feira, 18 de Dez de 2008

Banca: Isabel dos Santos reforça ligações à economia portuguesa

Lisboa, 18 Dez (Lusa) - A entrada de Isabel dos Santos, filha mais velha do presidente angolano, no capital do BPI é a mais recente das ligações a empresas portuguesas e angolanas que operam nos dois países, em especial nas telecomunicações e na banca.

Lisboa, 18 Dez (Lusa) - A entrada de Isabel dos Santos, filha mais velha do presidente angolano, no capital do BPI é a mais recente das ligações a empresas portuguesas e angolanas que operam nos dois países, em especial nas telecomunicações e na banca.

O Millennium BCP anunciou quarta-feira ter vendido a posição de 9,69 por cento que detinha no BPI à Santoro Financial Holdings, sociedade de Isabel dos Santos, por cerca de 164 milhões de euros.

Com o negócio do BPI anunciado quarta-feira, a jovem empresária de 35 anos licenciada em Engenharia Electrotécnica em Londres, estreita as relações com o banco liderado por Fernando Ulrich, que recentemente vendeu 49,9 por cento do Banco Fomento Angola (BFA) à operadora de telecomunicações angolana Unitel, que tem Isabel dos Santos entre os seus accionistas de referência.

Por outro lado o BPI torna-se, assim, o segundo grande banco nacional a contar com investimentos angolanos no seu capital, a par do Millennium BCP, que tem como principal accionista a petrolífera angolana Sonangol (com cerca de 10 por cento do capital).

Isabel dos Santos junta a participação no BPI à posição de 25 por cento que controla no capital do Banco BIC Portugal (liderado por Mira Amaral, antigo ministro da Indústria dos governos de Cavaco Silva).

O BIC Portugal tem uma estrutura accionista idêntica à do BIC Angola, o banco "gémeo".

Os maiores accionistas do BIC Portugal são o empresário português Américo Amorim, com 25 por cento, e a Sociedade de Participações Financeiras (SPF), de Isabel dos Santos, também com 25 por cento, e Fernando Teles, presidente do BIC Angola (20 por cento).

Do lado dos bancos portugueses em Angola, a filha de Eduardo dos Santos está presente no BES Angola SARL (BESA), através da Geni, sociedade gestora de participações, que detém 20 por cento do capital. O Grupo Espírito Santo detém os restantes 79,96 por cento.

De acordo com um perfil da filha do presidente angolano elaborado pelo jornal Público em 2007, foi também através da Geni - Novas Tecnologias que Isabel dos Santos entrou na Unitel, a empresa que detém os direitos de exploração de telemóveis em Angola. De acordo com o Público, a adjudicação deste contrato foi feita directamente pelo presidente angolano.

A ligação da Unitel a empresas portuguesas surge através da Portugal Telecom (PT), que indica na sua página na Internet dedicada aos investimentos internacionais deter uma participação de 25 por cento na empresa angolana.

A informação mais recente sobre a Unitel na página da PT é relativa a 2006 e dá conta que nesse ano a empresa angolana registou receitas de 517,1 milhões de euros, um crescimento de 44,7 por cento face ao ano anterior.

O sector da energia é outra das áreas em que há ligações entre Isabel dos Santos e empresas portuguesas.

Em Setembro, o jornal Diário Económico referia que Isabel dos Santos - juntamente com a Sonangol - controla 45 por cento da Amorim Energia, uma "holding" do empresário português Américo Amorim com sede na Holanda. Os restantes 55 por cento pertencem a Américo Amorim.

Por sua vez a Amorim Energia controla um terço (33,34 por cento) do capital da petrolífera Galp Energia.

Também o marido de Isabel dos Santos, Sindica Dokolo, está ligado à Amorim Energia.

Segundo informações do grupo Amorim prestadas ao Público em Abril deste ano, Sindica Dokolo, natural da República Democrática do Congo (RDC) e filho de Sanu Dokolo, um dos milionários daquele país, pertence à administração da Amorim Energia "desde o início do investimento", em 2006.

As ligações entre Isabel dos Santos e Américo Amorim, segundo a imprensa angolana, também existem através da maior cimenteira de Angola, a Nova Cimangola, nos arredores de Luanda. A empresa, escreve a imprensa local, é controlada pela Ciminvest, detida pelo empresário português e pela filha do presidente angolano.

A Nova Cimangola era detida em 40 por cento pela portuguesa Cimpor. No entanto, dois anos depois da compra desta participação, o Governo de Angola veio afirmar que o negócio violava a lei e as regras do mercado de capitais, por não ter respeitado o direito de preferência que o accionista público detinha sobre as acções.

A participação foi vendida ao Estado e algum tempo depois revendida à Ciminvest.

Por outro lado, uma notícia da Lusa em Novembro de 2006 dava conta que a empresa de mobiliário de escritório Iduna contava com Isabel dos Santos como parceira local da nova fábrica que a empresa iria abrir em Luanda. Em causa estava um investimento de 2,5 milhões de dólares para abrir a nova unidade de produção, que sofreu atrasos na sequência de atrasos nos licenciamentos, disse na altura o presidente da Iduna, Alberto Carvalho Araújo.

Segundo o perfil de Isabel dos Santos feito pelo Público em 2007, a filha mais velha do presidente angolano ficaria com 45 por cento deste investimento da Iduna. (NÃO QUERE TRABALHAR NO TESCO...)

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